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A mostrar mensagens de março, 2016

Notas soltas

A dimensão da solidão mede-se muito melhor num sitio cheio de gente.

Diário de bordo

Depois de umas 14 horas de avião e aeroporto, mais uma hora nos serviços de emigração, seguida de uns quarenta minutos de trânsito para chegar ao hostel. Muito sono, muita confusão mental, afinal são cinco horas de diferença e acabámos de fechar o nosso festival. Um banho rápido, uma fatia de pizza e uma Poker e foi o suficiente: às dez e meia encerra-se o dia. Hoje pela manhã, café no Juan Valdez, o Nabeiro cá do sítio. Calcorrear as ruas em busca de qualquer coisa que não se sabe bem o que é. Reconhecer os sítios, as ruas, os grafittis. Chocamos de frente com, descobrimos depois, a preparação de uma mega manifestação. Fomos até à Corporacion de Teatro onde revimos quem nos acolheu tão bem há menos de ano. Encontrámos espanhóis de outros festivais e tomámos noção da dimensão que tem este FESTA -Festival Alternativo de Bogotá. Almoço e seguimos para a Placa de Bolívar onde és manifestantes se juntavam. Centenas e centenas de pessoas, muitos deles jovens estudantes. Gritos. Apitos,

Se eu podia estar mais descansadinha e tranquila?

Podia, mas assim não estava em Bogotá prestes a fazer duas sessões do espectáculo, numa cidade enorme, no meio de uma greve geral, com gente e apitos por todo o lado, cheia de jetlag e com a oportunidade de ver mais uns quantos espectáculos estrangeiros e pensar em na FITA que vamos fazer em 2017.

tenho a certeza de que sou vítima de voodu

acordei. abri o estore. repousados no parapeito da janela dois sapatos de homem, pretos, mocassins, velhos, a uso. saio da janela e comento o achado com as campistas de sala. menos de dois minutos depois oiço: "eh pá, e cheiram mal, mas já os atirei da janela" diz ela orgulhosa com um canudo de papel na mão. saio de casa. alguém bate à porta e pergunta se os sapatos são nossos. não. as campistas saem. quando regressámos, os sapatos estavam na sua posição original.

Sem FITAs

Sem tempo para dar uma respiradela mais funda, para fazer balanços (grandes ou pequenos) ou sequer consciencializar-me de tudo o que foi feito e desfeito, as coisas que eram para ser e não foram, as com que não se contava e ainda assim sucederam e tudo o que aconteceu e o que não aconteceu nas últimas duas semanas, faço a mala para sete dias, misturo pelo meio adereços e figurinos, quatro pares de sapatos (fora os meus), tento dividir o muito que há para levar pela bagagem de porão, a bagagem de mão e o saco de plástico que provavelmente me acompanhará nas próximas 24h. Embrulho vidros em toalhas, e tento listar mentalmente tudo o que falta acabar, despachar, responder nas próximas 18h. Não vou conseguir fazer tudo. Não vou. Mas se há coisa que aprendi e a que tenho dado uso é que não controlo tudo. E quando não posso controlar, dominar, gerir, transformar resta-me só convocar a paciência, respirar fundo e esperar. Esperar que corra tudo bem. Tudo se compõe. Tudo bate certo. No fim tud