calcei hoje as botas. as minhas. pela primeira vez este ano esteve frio suficiente para elas. e, percebi há pouco, reuni a coragem necessária para calçar as minhas botas. tenho outras, que são minhas, que eu escolhi, mas que nunca foram confortáveis o suficiente para serem realmente, as minhas botas. tenho umas outras que me deram e que, apesar de confortáveis, têm as marcas de outros pés que, apesar de bastante familiares, não são os meus. portanto, não são verdadeiramente as minhas botas. há outras, que também me deram, novas. ainda não são minhas e acho que não serão: não as escolhi. serão sempre as botas que x me ofereceu. estas, as que trago agora, são minhas. só os meus pés as pisaram. estão todas escalavradas e não devem aguentar até ao fim do inverno, pensamento que me aflige. a última vez que usei estas botas, a minha vida era t...
"Nunca Mais" Uma pequenina luz bruxuleante e muda como a exactidão como a firmeza como a justiça. Apenas como elas. Mas brilha. Não na distância. Aqui no meio de nós. Brilha. Jorge de Sena “(...) o Mal continua a ser um enigma difícil de resolver, sobretudo quanto à sua génese.” “(...) a esperança média de vida para os recém-chegados ao campo era de três a quatro meses.” "(...) sabendo que o mais importante era manter certas rotinas - rotinas à primeira vista absurdas e desprovidas de qualquer sentido, mas destinadas a salvaguardar o que ainda podia restar de humanidade num ambiente todo ele desumano e cruel (...)” "(...) faz-nos regressar a um tempo que não vivemos e que hoje nos pode parecer quase inverosímil (...)” "(...) Primo Levi analisa com grande lucidez essa dinâmica social e afectiva em que o ódio, a inveja e o ressentimento desempenham papéis fundamentais, e que infelizmente poderíamos adaptar a muitas outras situações nos dias de hoje (...)” ...
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