Há dias que se arrastam, tornam-se semanas. São efectivamente semanas de uma confusão generalizada em que nada parece assentar, em que nada se encaixa, em que peça por peça tudo se desmonta. Dias nublados, cinzentos com nuvens escuras a pairar, um tecto que pode desabar a qualquer momento. E esses dias que são na verdade semanas, ao longe vão ser recordados como dias, porque a duração das semanas se dilui, desfaz-se, é quase nada. E ao recordar as semanas, que foram efectivamente semanas, serão apenas dois ou três dias de memórias, porque tudo é tão confuso com as nuvens pesadas, o céu cinzento, o ar que custa a respirar, o tecto prestes a desabar...
E o cante já é Património Cultural Imaterial da Humanidade!
Se um dia, este imenso Alentejo pudesse valer-se das suas tantas riquezas, forças, das suas gentes capazes e de alma grande... dominava o mundo. "Agora sim, já está! Paris, 27 de novembro Crónica de Paulo Barriga Eram precisamente 11 horas e 17 minutos em Paris (menos uma em Portugal) quando o presidente da nona sessão do comité intergovernamental de salvaguarda do património cultural imaterial da Unesco bateu com o martelo na mesa. O cante alentejano já está inscrito na lista patrimonial da Humanidade. A grande verdade é que, excetuando a referência horária, o parágrafo atrás já estava escrito antes do anúncio. Por precaução. Já imaginava que me faltariam as palavras para descrever o que hoje se passou na sala grande da Unesco, em Paris. E elas ainda me faltam, tal a emoção, a desordem, a comoção que ainda agora me assalta. Para tanto, bastou apenas uma palavrinha, “adotado”. Foi adotado o projeto de decisão 9.COM 10.35. Aquele que mostrou ao mundo a grandeza, a beleza, a p...
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