como se alguma coisa nesta história fizesse sentido, tudo está nublado hoje. como se houvesse uma ordem, uma lógica por detrás de tudo, uma organização afinal. porque afinal nada é gratuito, nada é ao calhas, nada acontece por acaso. porque num dos piores dias da nossa vida, o tempo está nublado, não vemos mais que 30 metros a frente, uma metáfora para as nossas vidas de momento.
as botas
calcei hoje as botas. as minhas. pela primeira vez este ano esteve frio suficiente para elas. e, percebi há pouco, reuni a coragem necessária para calçar as minhas botas. tenho outras, que são minhas, que eu escolhi, mas que nunca foram confortáveis o suficiente para serem realmente, as minhas botas. tenho umas outras que me deram e que, apesar de confortáveis, têm as marcas de outros pés que, apesar de bastante familiares, não são os meus. portanto, não são verdadeiramente as minhas botas. há outras, que também me deram, novas. ainda não são minhas e acho que não serão: não as escolhi. serão sempre as botas que x me ofereceu. estas, as que trago agora, são minhas. só os meus pés as pisaram. estão todas escalavradas e não devem aguentar até ao fim do inverno, pensamento que me aflige. a última vez que usei estas botas, a minha vida era t...
Mas naquele dia em que te vi, ouvi os passarinhos e as ovelhinhas lá naquele sítio sossegadinho, vi as florzinhas ao vento a dar-a dar, o sol a brilhar, lembro-me de pensar que era a Natureza a lembrar que the show must go on.
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